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quinta-feira, setembro 25, 2003

SAIU DO CONTENTOR 

Estou com o Paulo Portas, já há estrangeiros há mais neste país. A todo o lado onde vou há sempre pelo menos um estrangeiro. Ainda por cima se fossem estrangeiros discretos, mas não. Gostam de dar nas vistas. Têm aquela maneira de falar que se vê logo que são estrangeiros. É uma vergonha! Já para não falar na facilidade com que lhes dão emprego, só porque são estrangeiros. Conheço sítios em Lisboa onde só dão emprego a estrangeiros. Não é que eu tenha nada contra os estrangeiros. Mas se são estrangeiros, pelo menos que finjam que são portugueses no dia a dia e que sejam estrangeiros lá na sua casa. Eu sou português, mas se um dia se der o caso, e mudar de país, não vou andar a mostrar a toda gente que sou estrangeiro. Haja tino! JQ

quarta-feira, setembro 24, 2003

Crash-Test-Mummies 

Um automóvel conduzido por um septuagenário entrou na auto-estrada em sentido contrário e foi colidir frontalmente com outro. Segundo sei a investigação já começou. Para terem uma noção como o caso é complicado, imaginem que a polícia só conseguiu descobrir de que marca era outro veículo, depois de autopsiar o velhote. JQ


terça-feira, setembro 23, 2003

O CANGALHEIRO DE PABLO NERUDA 

SE TU ME ESQUECES

Quero que saibas
uma coisa.

Tu sabes como é:
se contemplo
a lua de cristal, os ramos rubros
do outono lento na minha janela,
se toco
ao pé do lume
a impalpável cinza
ou o corpo enrugado da lenha,
tudo a ti me conduz,
como se tudo o que existe.
aroma, luz , metais,
fossem barcos que navegam
em direcção às tuas ilhas que me esperam.

Ora bem, se a pouco e pouco deixas de amar-me
deixarei de amar-te a pouco e pouco.

Se de repente
me esqueceres
não me procures,
que já te haverei esquecido.

Se consideras longo e louco
o vento das bandeiras
que percorre a minha vida
e decidires
deixar-me à margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
nessa hora,
levantarei os braços
e as minhas raízes irão
procurar outra terra.

Pablo Neruda (in Os Versos do Capitão)

PS: Que saudades Pablo, fica sabendo que para mim os teus versos eram parte fundamental do plano A, quando o objectivo eram mulheres intelectuais, mal amadas e complicadas. Para as do Barreiro sempre preferi recorrer ao nosso bom e velho Bocage. JQ


UM ANO É MUITO TEMPO 

A minha avó morreu, faz hoje um ano. Não fiquei nada chateado. A minha avó era a pessoa mais detestável que conheci. Se não fossem os problemas de circulação, acho que ela teria dado uma boa ditadora no Cambodja. Mas há uma coisa de que sinto falta. Tenho imensas saudades (que me tornam pequeno) daquela sensação de aconchego que só as avós sabem dar. A minha avó era o fumo da chaminé dos meus desenhos infantis. Há um episódio que talvez explique melhor o que quero dizer. Uma vez, tinha eu sete anos e vivia na casa da minha avó, por descuido esqueci-me da porta do quintal aberta e o meu cão entrou e fez chichi na alcatifa da sala. Chorei muito pela morte do Spirou. Mas a minha avó fez a melhor cabidela de dálmata que alguma vez comi. JQ

segunda-feira, setembro 22, 2003

CAVALO DE TROLHA 

Uma amiga minha tem por hábito fazer sexo com cavalos. E agora vem a parte estranha. Os seus amantes favoritos são os cavalos dos campinos, acabados de montar. Nas suas palavras: Podes achar um cliché, mas eu gosto de cavalos a cheirar a homem. JQ

SETE PALMOS ACIMA DA TERRA  

Estive à conversa com o Sérgio, o nosso maior especialista em maquilhagem para cinema e televisão, e aproveitei a ocasião para esclarecer uma dúvida de natureza técnica. - Se hoje em dia juntássemos o Michael Jackson, as Doce e o José Cid. Achas que seria possível gravar o videoclip do “Thriller", sem ter recorrer a efeitos especiais? JQ

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