<$BlogRSDUrl$>

sexta-feira, outubro 10, 2003

Guimarães Luís, Vida e Obra, Capítulo II.  

A Juventude na capital. Sinais de mudança. Incidente com um poster. (continuação do capítulo II)

Nesta altura a mãe de Luís desiste do mundo e começa a beber (anis), até soçobrar mirrada pelo álcool.
Antes do colapso, e para atenuar a dor (reumático), a velha senhora tentara, em vão, entrar para um convento, (fê-lo durante a noite e sem autorização).
Depois, num último fôlego, esforça-se por retomar a sua carreira como compositora. Parte, no entanto, de um pressuposto errado e que a faz ser alvo da indiferença geral. Josefa nunca antes tinha tido carreira.
Ainda compõe perto de trinta e oito peças, mas, para cúmulo dos cúmulos, perde-as quase todas num piquenique.
Das que ficam, destaca-se um pequena canção de Natal, de nome “Come o Biscoitinho, Macaquito Chinês”, e uma introdução a uma peça para cravo de nome, “Notário”. Contudo, esta revela-se impossível de executar, segundo especialistas, sem possuir sete dedos e meio na mão direita.
Tudo isto a empurra para o desespero e para os excessos (roupas decotadas).
Entretanto, Guimarães Luís fervilha de actividade. Do vasto leque de interesses em que vive atolado é de destacar o impacto libidinoso fortíssimo que lhe provoca um das suas colecções: os posters.
Consegue ver motivos sensuais em imagens de hipismo, em reproduções de edifícios da renascença, ou ainda, nas páginas centrais de uma Playboy (inclusive na edição de Maio de 1973, com Hugh Heffner de roupão e óculos).
Mas é com um poster da sua banda preferida, um obscuro duo de suecas de origem grega (autoras do tema “Dilinger”, terceiro lugar festival da canção da Suécia em 1973), que acaba por acontecer o acidente.
Adepto das práticas sexuais em locais públicos, acaba por ser apanhado a masturbar-se com o poster das, “Bjorn-Savalas Ensemble”, na mão direita, nas instalações de uma Cooperativa Agrícola.
Tudo não passaria de um pequeno incidente se, no dia em questão, não estivesse a ser feito no local, em directo, o famoso programa do Engenheiro Sousa Veloso, “TV Rural”.
As imagens de Luís em plena actividade acabam por ir para o ar e, apesar de poucos se terem apercebido do que se passava (o programa era emitido após a Eucaristia Dominical), o escândalo acaba por rebentar através de um processo movido por Demis Savalas, o empresário da banda que, acidentalmente, viu o programa num pub (o “Crazy Lips”) em Olhão, onde passava férias.
Depois de os produtores do programa terem declinado quaisquer responsabilidades, foi Guimarães quem teve de pagar a indemnização. Para isso vendeu um velho relógio de bolso (um Junger-Anatole, Geneve, 1883), herdado do bisavô, o Almirante Andreotti Gromijo da Silveira. Tratava-se de uma relíquia, em ouro, que Silveira ganhara nas suas campanhas em Moçambique, caçando espécies raras de pequenos pássaros (pensa-se que terá apanhado mais de seiscentas zebelinas de papo azul, hoje extintas).
Guimarães ouviu umas bocas durante uns tempos, mas o episódio acabou por ser, aos poucos, esquecido por todos. Tirando Luís. Muito antes do conceito se ter globalizado, já José se decidira a praticar apenas, e só, sexo seguro. EM

HÁ PEQUENOS E HÁ FRANCESA  

Foram inaugurados na passada quinta feira os Cinemas Millenium no Alvaláxia. Como sportinguista, fiquei muito orgulhoso com esta inauguração, mas ao mesmo tempo, acho que houve um certo exagero. Imaginem que até a Catherine Deneuve compareceu nesta cerimónia. Acho mal! No estado em que o país está, acho que os ministros não deviam perder tempo com estas coisas. JQ

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Site Meter